Do céu, amar!

Você é a tranquilidade

De um mar agitado,

Revolto e sereno.

 

Num quebra mar

Só de emoções.

 

Que abastece nua praia

Onde calma

Andas sobre grandes tormentas.

 

Por cima 

Dás vista ao céu 

Que permeia toda tua liberdade

E a imensidão

Que existe em cada um. 

 

Juntos vislumbram lugares 

Onde ninguém nunca antes foi,

Nunca sentiu 

Ou ouviu falar.

Tal calmaria

Se assemelha 

Aos dias de paz

 

Tal calmaria 

É a essência de cada um

 

É a essência do céu

E do mar 

Mesmo em dias de grandes tormentas.

 

 Weverton Nelluty

O céu de muitos

O Céu
Pinta a cor
Do Azul 
Mais Anil.

O céu é um destemor
O avio esplendor do que olha
Do que sonha
Ou daquele que nada quer.

O céu é tudo
É o imperador sem voz
É o rasgo do Além
O além de Deus.

O céu troveja
Chora
Clareia
Almeja
Voa...

Vislumbra tudo de lá
Leva alguns 
Deixando saudade em muitos...

O céu é o único lugar longe
Que trás pra perto,
Trás lembranças
Saudades

De cima 
O céu tudo vê
E daqui olhamos sem entender
Que lugar é esse?

Como alguém 
Que no coração mora
Pode se furtar 
Pra tão longe de nós?

Weverton Nelluty

Eu e tu, tu e eu

 

Cubro-me de certezas

Para que as duvidas não façam de mim um refém da solidão
Nem de sua dispersassão uma falência mútua de emoções
Deixe que a saudade exista
Mas que não seja constantemente
Deixe que a razão aconteça
Na medida do possível
Que o fardo da distancia se aproxime da felicidade
Se possível te trazer para próximo, muito próximo daqui
E o verbo “Encontrar” te ache em qualquer lugar
No coração,
Na solidão,
Nas decisões,
No lugar mais sublime da alma
Ou qualquer ocasião,
Dia, noite, no adormecer, no acordar...
Certamente assim será natural
E não apenas um mero ritual
Deixando o físico inerente a você
Assim serás tu e eu
Assim será eu e tu
Unidos
Longe de qualquer paradigma
Ou dessa nostalgia rotineira...

Weverton Nelluty

Certas Palavras

Existem coisas que levam anos para serem escritas,
Existem escritos que levam anos para serem entendidos,
Páginas por páginas,
Ou em um simples manuscrito.

Existem poesias que soam no falar,
Existem palavras que desistem de ater certas conjunções,
Existem palavras que podem definir tudo,
E existe um tudo que pode ser a definição do nada.

Existem palavras,
Existem muitas palavras,
Das mais diversas,
As mais perfeitas variações.

Mas existem aquelas que são encontradas apenas em certos vocabulários e ainda assim nenhuma delas podem descrever você,
Nenhuma delas atinge a perfeição,
Afeição,
O toque perfeito.

Nenhuma delas define você,
Pois você é difícil descrever,
Você é indescritível.

Weverton Nelluty

Teus laços e nós

Na paz ou no ardor,
És paixão,
Emoção.

És a definição dos extremos entre nós,
A tecedura mais fraca no laço mais forte,
A força exata que o ponto mais fraco precisa.

És o atar que prende,
És o atar que deixa ir...

És tu quem teces,
És a corda por inteiro
E todos os laços,
És tu quem me segura,
Nos teus laços,
Entrelaçados.

És a corda por inteiro
E todos os nós.


Weverton Nelluty

O comparar do tempo

Aos muitos são os ditos
Aos poucos recaem sobre nós
Essa saudade que passa
E volta

Não há validade no tempo
Nem remendos aos nossos descasos
O tempo recorre em si,
Retrai em si
O tempo é seu próprio dono

A distância rege o tempo
Pois o tempo é cada um de nós
Cada gesto pensado
Cada palavra Impensada
Que arranca de nós prantos
Que arranca de nós tudo que temos

Será injustiça?
Ou será primazia de nós?
Ao certo sei que no fundo
O tempo é o dono de tudo

É dono do enredo
É dono das vidas
É dono daquilo que não somos
E é dono daquilo que somos

O tempo é ingrato e injusto
Mas está aí o tempo de novo
Te trazendo pra perto, mesmo estando tão longe de nós.

Weverton Nelluty

Você é o tempo

O que mais poderia acontecer, pois nada foi planejado, nada não foi dito aos muitos, nada foi revelado, nada...

Não gritamos para que todos ouvissem, não gritamos para além de nós mesmos.

O que mais nos poderia acontecer, se ao menos deixamos um futuro para o amor que corre de uma forma tão brutal e gritante no silêncio dos nossos devaneios e tolas promessas de dizer, vai passar...

Onde haverá uma definição perfeita, a parada grotesca, cheia de alicerces, cheia de incertezas...

Como desmarcar em ti tempo, o que já gravado em cada jornada, cada palavra, palavra, em muitas palavras talhadas ao silêncio...

Tudo recorre ao exato Cronos de cada um de nós, vive no seu tempo, no tempo de todos, mas morre em nosso tempo vagamente, vagando-nos, exaurindo de nós qualquer escolha...

Seria simples afirmar que, o esquecer não se sob vale agora, lamentações, já não valem, pois já se foram, tudo passou...

Tudo virou um verdadeiro sentido, no meio deste termo sem sentido, onde nada camufla nossas intenções, apenas diverge o querer daquele que quer, e o querer daquele que quer mais...
Somos feitos nesses momentos sem juízos, desses dias vividos, dessas certezas que ardem o peito, machucam o silêncio e ainda sim, fazem valer a pena cada detalhe...

Você é o detalhe do enfeite perfeito, aquele detalhe no lugar exato, você é o detalhe que falta até mesmo no detalhe, sua presença reluz certezas, você é aquele detalhe que sempre faltou em todas as coisas, você é, você é, você é, apenas o tempo, você é, apenas você, você é a perfeição consumada, você é o verdadeiro sinônimo do tudo...

Você é.

Você é o tempo!

Weverton Nelluty